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segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Made In Brazil

Tu serás minha heroína
E há de ser tão pungente, que de ti farei retratos
Entre monges e farrapos,
Assim o dispo, Brazil.

De teu sangue farei memória
E de cada luta inglória
Bastar dos filhos teus
Far-me-á assim feliz.

Os sorrisos banguelas
E as luzes,
Em cada morro,
Será tua glória.

Vista-se, Brazil!
                                                                             [Cadu]

segunda-feira, novembro 29, 2010

Ode ao Samba


O samba é o sangue que corre nas veias da nossa cultura,
o sangue que foi derramado sobre as paredes das senzalas,
o sangue chorado pelo coração de cada negro acorrentado nos engenhos,
o sangue derramado sobre as cabeças dos nossos poetas
e iluminado por suas ideias,
o sangue embebido na alma do Brasil.
O samba é a mãe da bossa nova e pai da mpb,
a raiz da árvore que carrega os frutos da nossa cultura
saboreado por cada um de nós e envenenado
pelo hip hop, pelo rap, pelo funk e pelo rock.
Que saudade do samba.

sexta-feira, novembro 26, 2010

Um Novo Deus

É muito comum, em debates e discussões intelectuais, que as pessoas discutam sobre a influência que a religião infringe nos cidadãos do mundo ocidental hoje - em especial no espaço Brasileiro - e na maioria das vezes se chega à mesma conclusão: a religião está sendo “esquecida” e suas pregações estão sendo cada vez menos seguidas.
                Raramente encontramos pessoas que frequentem algum tipo de culto exotérico ou até que seguem suas crenças “religiosamente” – dizendo-se pertencer a certos meios religiosos, enquanto não os praticam - como o famoso "cristão não-praticante".
                Todo aquele poder que exercia a igreja católica sobre seu fiel, a influência e a imposição de valores morais, da época medieval aos tempos modernos, entrou em processo de degradação. Todos os antigos “valores” impostos estão sendo trocados, enquanto as pessoas desligam-se cada vez mais de suas peregrinações. A questão é: por quê?
                A resposta torna-se estritamente complexa, mas há uma evidência oblíqua, se levarmos em consideração a “essência” de qualquer religião. Para isso devemos retomar nossos primórdios, quando surgiram os primeiros contatos do homem com uma divindade.
O homem é ciente que sua vida terrena terminará, o que o leva a crer que o mundo um dia será exaurido, como todas as coisas que o cercam materialmente. Ao retirar da natureza itens a seu benefício e a criar uma tecnologia, o ser humano sentia medo de esgotar suas matérias primas, portanto sentia-se na obrigação de compensar a natureza de alguma forma. Essencialmente, o papel da religião era o de livrar o ser humano da culpa da destruição da natureza através de rituais e compensar os estragos da natureza de alguma forma. Nas religiões primitivas eram usados como forma de compensação e redenção os sacrifícios humanos (aos deuses venerados), oferendas, e outros tipos de manifestações. Portanto, pode-se dizer que a religião é fruto do medo do ser humano do possível “fim” do mundo que conhecemos, da devastação total.
                Agora, voltemos ao ponto central: O fato é que as pessoas do mundo ocidental atual não precisam mais de uma religião com normas e ritos a serem realizados, uma vez que a ecologia ganhou um espaço maior na sociedade. Com as descobertas mais recentes da ecologia foi possível saber como reparar os danos causados à natureza pelo homem. Hoje temos campanhas contra a poluição em toda parte, indústrias “mais verdes”, temos os vegans, os ambientalistas. Há uma gama de soluções biológicas possíveis para o reparo dos estragos causados à natureza, o que dispensa a necessidade de uma religião em seu objetivo de reposição da vida terrena ou mantenedora dos que aqui habitam. Assim, a ética que se prega também é modificada – jogar lixo nas praias não é tão ruim assim, pois alguém o pegará. Cortar uma árvore também não deve ser considerado pecado, não deve ser crime: ela pode ser substituída por outra, pelas mãos do próprio homem.
                Em suma: a ecologia, em termos, surgiu como substituinte à religião, posto que agora é papel dela consertar os danos causados à natureza, dando uma explicação mais lógica aos seres humanos de como fazê-lo. Ou seja, o iluminismo vem mudando não só os bolsos e carteiras, mas também a cabeça da população. Afinal, o que é ser “humano”?

Voz

Sete
Caveirões
subiram o morro.
Buscavam gente modesta,
que da pobreza não faziam festa,
mas de tanta injúria, fizeram revolução.
Subiram sete contra setenta, arma contra pão.
E da face da Valentina, da Sofia, da Andréa, do João,
fizeram, de próprio peito, própria alma, próprio sangue pobre coração,
escreverem às paredes mais uma tristeza, mais um samba, mais uma dor e uma só canção.

[Rio, novembro de 2010].

Dica de Filme

SINOPSE

Ao ouvir no rádio que a cantora brasileira Gloria Baker havia morrido num acidente de carro na Itália, o cineasta Dico resolve fazer um documentário sobre o quarteto de bossa nova Os Desafinados, formado por amigos seus de juventude e do qual Gloria participara como cantora. Para isso, Dico reúne os sobreviventes do grupo numa boate de Copacabana, onde eles costumavam se encontrar nos anos 60. Da memória deles e das imagens em preto e branco feitas por Dico na época, ressurge a história do pianista Joaquim (Quin), do saxofonista Davi, do baixista Geraldo e do baterista PC.

TÍTULO ORIGINAL: Os Desafinados
LANÇAMENTO: 2008-08-29
DIREÇÃO: Walter Lima Jr.
CO-PRODUÇÃO: Globo Filmes, Tambellini Filmes, Imagem Filmes, Cine Tempo, Urca Filmes, Magno Filmes
DISTRIBUIÇÃO: Downtown Filmes